Higienização de Próteses Totais
Que tipo de escova deve ser usada para limpar a prótese total?
Existe uma escova dental projetada para dentaduras, cuja característica é a presença de dois comprimentos de cerdas – curtas para higienizar a parte externa e os dentes da prótese, e longas para higienizar a parte interna da dentadura, que é de acesso difícil para a escova comum.
Essa escova não é encontrada com a mesma facilidade para compra como a escova comum, mas pode ser substituída por uma escova macia.
Que produtos devem ser utilizados para complementar a higienização da prótese total?
Atualmente, os fabricantes de escovas dentais já apresentam uma linha de produtos efervescentes para higienização química das próteses, contribuindo para diminuir a dificuldade encontrada pelos idosos ou portadores de problema de coordenação motora. É importante ressaltar que o uso de produtos efervescentes não substitui a higienização com escova e pasta.
Como deve ser feita a higienização bucal do desdentado?
Nos pacientes idosos, frequentemente portadores de dentadura, o fluxo salivar está diminuído, influenciado também pelo uso de medicamentos, o que pode gerar o início da halitose e maior número de cálculos. Para evitar várias doenças como a candidose, causada por fungo que pode se manifestar na boca, deve-se ter cuidado com a higiene bucal e a limpeza das próteses.
As dentaduras podem ser higienizadas mecanicamente com escovas apropriadas, dentifrício ou sabão e água fria, sempre após as refeições.
Recomenda-se, antes de iniciar a higiene, colocar uma toalha dentro da pia, pois em caso de queda, a prótese não se quebrará. Pode-se completar essa higiene com uma limpeza química com produtos efervescentes ou deixar a prótese em um copo com água e bicarbonato durante a noite.
Deve-se sempre explicar ao paciente que o uso de produtos caseiros como água sanitária ou pós de limpeza (tipo Sapólio) não são indicados, uma vez que descolorem e arranham o acrílico.
Para a higienização da boca, deve-se escovar a língua com movimentos suaves utilizando uma escova macia e creme dental ou limpador de língua encontrado no mercado. Pode-se fazer bochechos com antissépticos bucais ou água filtrada e bicarbonato de sódio (2 colheres de chá em um copo com água).
É necessário ficar algum período do dia ou da noite com a prótese fora da boca?
Este é um assunto difícil. Enquanto muitos autores recomendam a remoção das próteses durante a noite, para que os tecidos não fiquem sob ação das próteses e dos possíveis micro-organismos a elas associados, a maioria dos pacientes não aceitam essa conduta, pois se sentem constrangidos psicologicamente em tê-las em um copo.
Outro motivo para não dormir com as dentaduras é a diminuição da sua estabilidade e retenção, pois a tendência do paciente é “segurá-las” pela ação muscular ou apertando os dentes durante toda a noite, o que ocasionará dor devido à parafunção . Portanto, é recomendável dormir sem a dentadura, deixando-a sempre em um copo com água e bicarbonato ou produto efervescente para limpeza durante a noite.
Quando não é mais possível higienizar a prótese a ponto de ela ter de ser substituída?
As próteses totais devem ser substituídas no máximo a cada cinco anos, pois os requisitos funcionais e estéticos estarão comprometidos, mesmo que tenham sido cuidadas e higienizadas rigorosamente. Durante esse tempo, deve ter havido controles para se checar tecidos moles, adaptação, oclusão, higiene e de cavidade oral.
Pacientes que tiveram tártaro nos dentes naturais provavelmente terão nas dentaduras artificiais. Não é difícil evitar que ele se forme se for feita uma higienização correta, pois caso contrário, a prótese terá odor desagradável, e a mucosa oral se apresentará inflamada.
Devo usar produtos de fixação?
Quando se coloca um novo par de dentaduras, pode parecer ao paciente que elas estão frouxas, ocasião em que o profissional aconselha que se polvilhe um pouco de pó adesivo na parte interna das mesmas por poucos dias até a adaptação.
Os produtos de fixação não devem ser usados constantemente, pois aumentam a pressão da dentadura sobre os tecidos. Estes não suportam essa pressão aumentada e se contraem, fazendo com que cada vez maiores quantidades de pó sejam necessárias para que a dentadura não fique, na percepção do paciente, frouxa. O uso exagerado do pó adesivo poderá, portanto, levar à necessidade de reembasar ou trocar a dentadura antes do tempo.
Orientando o Paciente – Revista APCD – http://www.apcd.org.br
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